domingo, 1 de agosto de 2010

Mulher - Coração em boa forma


Manter o coração em boa forma é um trabalho diário, constante e necessário, como receitam os médicos e manda o bom senso. As academias de ginástica estão em cada esquina e as dicas sobre exercícios e cuidados com o coração inundam revistas, internet, TV e qualquer outro meio de comunicação. Mesmo com tanto estímulo, e apesar da informação abundante, manter o coração em perfeita saúde, ainda que seja simples, pode requerer uma atenção especial e alguns cuidados específicos e individuais.

“Toda atividade física deve ser realizada com cautela, pois, em excesso, pode trazer prejuízos ao organismo”, ensina o médico especialista na área esportiva Joaquim Grava, responsável pela boa saúde física de ninguém menos que todo o time de futebol do Corinthians.
Segundo ele, é “muito mais seguro” iniciar uma atividade suavemente e ir aumentando a frequência e a intensidade gradativamente, de acordo com a adaptação do corpo ao exercício realizado. Além disso, por precaução, convém consultar um médico antes de começar a pedalar, correr, nadar ou caminhar a fim de obter condicionamento físico .
Pode parecer desnecessário, mas o Dr. Grava explica o porquê da recomendação. “Conseguimos detectar desequilíbrios musculares e desvios posturais que podem acarretar lesões se não forem tratados previamente”, esclarece. “O importante é conhecer o paciente, avaliá-lo fisicamente e aí fazer a prescrição adequada para cada um”, continua.
Ou seja, é importante que cada pessoa inicie com cuidado especial sua série de exercícios físicos, levando em conta que seus metabolismo e ritmo cardíaco são específicos e, portanto, não necessariamente o que se aplica ao vizinho vai se aplicar também a você. Ou, nas palavras no Dr. Grava: “Não existe prescrição médica para atividade física saudável, pois depende de cada indivíduo, altura, peso, idade, história pregressa de lesões. O que é bom e saudável para uma pessoa pode ser extremamente exaustivo para outra”.
Mas não basta simplesmente ir ao médico, criar uma série de exercícios, matricular-se em uma academia e achar que, assim, já está cumprindo sua parte no cuidado com o coração. Uma pesquisa australiana, publicada no periódico Circulation no início de 2010, analisou o risco de mortalidade relacionado ao tempo em que as pessoas ficam inativas. A conclusão foi de que, mesmo quem tem a prática de exercícios como hábito, pode correr alguns riscos cardíacos se for muito sedentário no restante do tempo.
Participaram do estudo 8.800 pessoas com mais de 25 anos, monitoradas por seis anos quanto ao tempo gasto em frente à TV e medidos seus níveis de glicose e de colesterol. A pesquisa constatou que cada hora passada em frente à TV aumenta em 18% o risco de morte por problemas cardiovasculares (já descontando fatores mais conhecidos, como colesterol, tabagismo, gordura abdominal e prática moderada de exercícios).
Quem assistia a mais de quatro horas de TV por dia apresentava 80% mais chance de morte por doença cardiovascular e 46% mais risco de morte por outras causas. Mas saber exatamente os mecanismos que relacionam longos períodos de inatividade a uma saúde mais frágil é algo que, segundo os pesquisadores, merece uma investigação ainda mais profunda.

Exercícios moderados

Ou seja, evitar o sedentarismo em qualquer momento do dia é uma das melhores armas para afastar os riscos de doenças em geral e, em especial, as cardiovasculares. Mas, como isso nem sempre é possível por completo, a recomendação da prática de exercícios leves a moderados continua sendo a mais indicada pelos médicos.
Assim, conforme receita o médico do Corinthians, exercícios ativos livres, como caminhadas e alongamentos suaves, são mais recomendados. “A natação também traz muitos benefícios à saúde. Já esportes de contato devem ser realizados por pessoas com aptidões físicas avançadas, pois requerem maior treinamento e técnica na sua execução”, ensina o médico.
No caso das mulheres, alguns cuidados adicionais merecem ser tomados. Para o Dr. Grava, além de respeitar seus limites de força muscular e velocidade – “que são diferentes dos níveis dos homens”, pontua –, é importante acompanhar as dosagens hormonais. “Exercícios físicos intensos e pouca ingestão de nutrientes podem ocasionar alterações no ciclo menstrual, podendo ocorrer até a ausência da menstruação, a chamada amenorreia”, conclui.

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